Simbologia

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Simbologia

Estudo da linguagem e significado

Frequentemente, quando recordamos algum facto importante da nossa vida, nos ocorre uma imagem representativa que remete para um conjunto de pensamentos, sentimentos e energias.

Estas são ferramentas que o construtor de significados usa para aprimorar e lapidar o auto-conhecimento no seu próprio processo evolutivo.

Este processo que reconhecemos como orgânico tem origem na relação que o homem desenvolveu ao longo dos tempos com as forças da natureza.

Por isso mesmo, muitas das marcas que hoje observamos, por exemplo as talhadas na pedra ou na arquitectura de construções, estabelecem uma relação muito direta com a própria vivência do homem.

Consideremos um exemplo universalmente conhecido: o pecado original. Neste, é figura central um fruto, a maçã. Numa primeira abordagem, um alimento.

Neste contexto específico, o que significa? A maçã está fortemente associada à tentação.

Damos sentido ao mundo com a atribuição de significados. E existe um mundo externo para o qual usamos signos e sistemas de comunicação que coincidam com ele.

Começamos por dar um nome ao fruto: maçã. E adoptamos esse termo na linguagem, o nosso instrumento específico para entendimento do mundo pelo ser humano.

Ao fruto aceite pela espécie humana como maçã, podem ser atribuídas qualidades como cor, sabor, grau de maturação. Assim como em Português é maçã, em Ingles é apple.

É denominado comunicação ao conjunto de linguagem e idioma.

À procura de uma chave

É da autoria de Charles Sanders Peirce (Cambridge, 10 de setembro de 1839 — Milford 19 de abril de 1914) a teoria geral dos signos, ou Semiótica.

A Semiótica peirciana pode ser considerada uma Filosofia científica da linguagem, cabendo-lhe estudar todas as linguagens, verbais ou não verbais.

São verbais as linguagens de sons que veiculam conceitos com tradução visual alfabética escrita. Já as linguagens não-verbais são expressas por imagens, sons, tato, gestos, movimentos.

Os três sujeitos da semiose de Pierce são o signo, o seu objeto e a sua interpretação.

A linguagem é o signo, a escrita e a fala são os objetos, e as várias teorias sobre a linguagem são a interpretação.

A Semiótica não permite desvendar magicamente os processos de linguagem, porém traça as suas linhas como num mapa, permitindo a sua análise.

As relações semióticas podem ser representadas segundo:

Em que:

  • Interpretante é o que representará para o intérprete
  • Objeto é o que deve ser compreendido
  • Signo é o que desenhamos

Uma análise tricotómica do signo permite aprofundar:

  • Signo em relação a si mesmo
  • Signo em relação ao objeto
  • Signo em relação ao interpretante

É no signo em relação ao objeto que se situa o símbolo, por associação de ideias produzidas por um padrão estipulado ou geralmente aceite, norma ou critério.

Exemplo: a maçã como simbolo de tentação.

Abrindo portas

Ao aprofundar o signo em relação ao objeto, o símbolo revela-se.

Sem chave que abra as portas dos processos de signos encontramo-nos na ausência de um mapa lógico que ligue os seus elementos.

Assim o é em diferentes situações.

Algumas áreas do conhecimento tiraram partido deste processo, ao longo dos tempos, mantendo reservados, um conjunto de informação, conhecimento e práticas cujo ambito não se desejava que fosse público.

Algumas destas chaves ter-se-ão perdido mas outras sobreviveram.

Este aspecto abre portas para um próximo artigo sobre Hermetismo.

N.F.

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